Um texto muito interessante para ler e refletir!!!
O SAGRADO FEMININO
Texto escrito por: Shakty Shala em www.dancadosagradofeminino.com.br
Aos poucos cada uma de nós adquirimos o grande valor inerente ao feminino dotado em nós desde que começamos a fazer parte deste universo.
Quando começamos a efetivar essa forma de descoberta e nos pegamos questionando o mundo a nossa volta, nosso valor e papel na sociedade, é que começamos nossa jornada rumo ao feminino.
O que seria o sagrado Feminino?Existem vários pontos de vista que dão rumos diferentes e aqueles que conseguem englobar um todo. As feministas bradam o resgate do poder da mulher apoderada violentamente pelo patriarcado com uma visão politizada. O religioso ligado diretamente a uma visão neo-pagãs que buscam o resgate da sacralidade feminina e os valores da antiga religião da Mãe. E a visão do eco-feministas que vêem no patriarcado o protótipo de todas as formas de dominação e exploração das pessoas e do planeta: militarista, industrialista e capitalista.
Mas o sagrado feminino não é somente uma questão política e de direitos igualitários e nem somente uma manifestação religiosa. Mas sim o somatório de tudo isso de forma de resgatar a sacralidade de uma mulher num todo: pessoal, social, psicológico, religioso e cultural, além de retormarmos nossa preocupação com o planeta terra e o meio ambiente. Todos nós originamos da mesma fonte criativa e somos recheados das mesmas emoções, somos inteiros e capazes, mas ao longo da vida vamos sofrendo tolhimentos, adaptações e restrições. Onde nos ditam: o que é possível, o que é melhor, o que é correto e acabamos a sermos guiados sem ao menos questionar e procurando fora um pedacinho que foi perdido, e na verdade, ainda, esta lá dentro escondidinho em alguma parte de nós.
Até que um dia, começamos a ouvir chamados internos, que nos enchem de vida, que nos expõem a novas perspectivas, nos despertam, nos preenchem e nos enchem de volúpia. O chamado do eu interior, da vontade de ser feliz e fazer o que estiver ao alcance das mãos e do coração para ser feliz e realizado. Sempre há tempo para atender esse chamado.
Podemos associar a isso e darmos a essa força motiz diversos nomes e motivos. Para alguns pode ser um encontro com o Eu, para outros o chamado da Grande Mãe, um momento natural do universo, uma revolta contra o sistema massacrante, um romper de padrões, um retorno ás raízes, um aprofundamento no mundo espiritual, religioso e social. Na verdade não importa o nome da damos a isso, mas sim os resultados que essa busca e esse encontro possam gerar a nós e nas pessoas que estão á nossa volta irradiadas com essa energia que nos move.
Feminino e Masculino são partes integrantes do nosso ser. Nós, esse Ser Integral, fomos divididos por um processo social que lentamente, nos reduziu a valores direcionados culturalmente a um dos “sexos”. Sendo assim, valores como: emoção, perdão, compreensão, fertilidade, sensibilidade, sensualidade, cooperação ficam ligados diretamente á mulher. Deixando para os homens valores como o dever, responsabilidade, ordem, poder, lógica e razão. Após esse processo de retaliação e separação, feminino e masculino se tornaram protótipos de mulher e homem.
Mas não são sinônimos, pois se observarmos a nossa volta encontraremos mulheres extremamente competitivas e frias, assim como homens intuitivos e sensíveis, cheios de sentimentos e cooperação que sofrem muitas vezes por não encaixarem nos protótipos cobrados por uma sociedade ainda arraigada em certos padrões.
Feministas conclamam que 5000 anos de patriarcado castraram a mulher psicologicamente de tal modo que hoje, talvez nos sejamos muito mais machistas do que os próprios homens, pois afinal são as mulheres que educam os filhos, portanto de alguma forma repassamos velhos conceitos sem percebemos, como por exemplo: meninos brincam de carrinho e usam azul e meninas de bonecas e usam rosa.
Desta forma, quando falamos de sagrado feminino não estamos falando só de mulheres, mas sim em ampliar e trazer de volta o direito de nossa contraparte existir e se manifestar. E também do direito da mulher retomar voz própria e ser respeitada. Começando por ela própria e não tendo medo de se impor como um ser inteiro e capaz, ao mundo. Compreendendo que uma vez descoberto esse equilíbrio, tudo em nós passa a ser sagrado. Corpo, mente e sexualidade em busca de uma existência autêntica.
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